Tuesday, February 28, 2012

De fronha lavada

Pois é, vai-se a ver e este blogue decidiu tomar banho.
Já era altura e os blogues vizinhos começavam a queixar-se do cheiro a bedum.
Como tal, decidi dar-lhe uma ensaboadela com sabão macaco (ironia das ironias) e ditar novas regras para não se passar o mesmo de Futuro.

Primeiro, passa a ter um cabeçalho espectacular feito pelo meu bom amigo e valoroso artista Pedro Carvalho. Pedro esse que tem neste preciso momento um perú recheado a caminho, via CTT, como agradecimento por esta pérola.

Segundo, acho que me vai apetecer variar um bocado as coisas que vou chutando para aqui... É capaz de deixar de ser pura e exclusivamente os textos do costume para ter outros textos mais curtos, umas tiras de BD que andava a fazer e quem sabe até fotos de cachorrinhos.

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Ok, esqueçam os cachorrinhos.

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Por falar em animais de estimação, é cada vez mais evidente que o meu gato bate na minha gata e não a deixa comer, nem beber, nem descansar em paz.

É muito controlador.

Amanhã ligo p'ra APAV.

Ou então ponho-lhe Dulcolax na ração.

Há-de ser uma das duas.

Wednesday, February 15, 2012

Problema sério é isto

Antes que digam alguma coisa, tenho andado desaparecido já sei...
Escusam de bater no ceguinho que isto do tempo perdido já não se recupera, portanto vamos é recomeçar de onde estávamos, sim?

O que aconteceu foi que durante umas semanas a vida deixou de ter piada. Assim, tal qual.
Uma série de eventos infelizes assassinou-me o sorriso do rosto sem dó nem piedade. Mas passada a tormenta, o "Duarte Lima dos sorrisos" foi detido (apenas uma inteligente metáfora, o que se passou nada teve a ver com Maricá) e a alegria voltou a fluir na cabecinha aqui do vosso amigo. O que para muita gente estava a ser um merecido descanso assim termina e dá lugar ao chorrilho de patacoadas do costume. É a vidinha, caríssimos.

Ora bom, há semanas a nossa amiga Moody's baixou o rating de Portugal (surpresa chocante) para um nível de "lixo" ainda mais subterrâneo. Além disso, constatei que estou cada vez mais careca. Portanto, que se lixe a economia que eu tenho problemas sérios com que me preocupar.

Estou cada vez mais calvo e isso é uma coisa que me chateia solenemente. Principalmente porque não faz sentido o ser humano perder pêlo na cabeça, dado que é das poucas zonas do corpo que se mantêm quase sempre a descoberto, ao contrário do resto que costuma estar tapado (atenção que esta regra é apenas aplicável a todos os seres humanos que não são a Ana Malhoa, a Cicciolina ou o João Jardim). Portanto, a mensagem que fazemos passar aos nossos genes é que de facto JÁ NÃO PRECISAMOS de pêlo no tronco e nos membros porque entretanto arranjámos roupa para nos aquecer e proteger do mosquedo. Por outro lado, na cabeça precisamos, porque além de tapar o sol e enganar o frio também serve para nos dar o chamado style. Ninguém no seu perfeito juízo se preocupa em fazer permanentes nas pernas ou trancinhas nos pêlos das costas, pois não? Então...

O povo diz que "é dos carecas que elas gostam mais".
Mas, como é sabido, o povo é estúpido. Portanto, fico na mesma.

É verdade que a minha mulher diz que gosta de mim assim mas também não é menos verdade que cada ano que passa está mais míope. Eu podia sabotar as idas dela ao oftalmologista mas prefiro untar-lhe convenientemente as lentes dos óculos com graxa sempre que ela não está por perto para perpetuar a boa imagem que ainda tenho junto dela. Não me interpretem mal, bem sei que a verdadeira beleza está no interior das pessoas. Mas esta regra só se aplica se as pessoas não forem carecas.

Quando era adolescente tinha pavor de perder o cabelo. Diziam-me que se o deixasse crescer como queria, cedo enfraqueceria e cairia. Eu não ouvi estes sábios conselhos e adoptei visuais, na falta de melhor termo, super espectaculares! Cabelo pelos ombros, rabo de cavalo, fita na cabeça, you name it... E foi precisamente quando me cansei de brincar às Spice Girls e comecei a rapar o cabelo à homem que comecei a ficar sem ele. Portanto, vocês façam a porra da matemática!

Esta teoria do cortar o cabelo para não se ficar careca é verdadeiramente parva. Assim como são parvas as ampolas, os tratamentos e os champôs especiais... Aceitem que quando o puto nasce já lhe está escrito na tromba que mais tarde irá ter um coro cabeludo igual àquele com que veio ao mundo. E tudo mais, lá diz a canção, são tretas.

Há uns tempos atrás, em conversa com amigos, cheguei à conclusão que a calvície está directamente ligada à virilidade do indivíduo. Ou seja, não há homossexuais carecas. Eu sei que parece ser uma declaração bombástica, principalmente para os mais desatentos, mas se não concordam basta pensarem um pouco e dizerem um.

- George Michael: cabeludo.

- Ricky Martin: cabeludo.

- O puto dos Tokyo Hotel: cabeludo.

- Os tipos que bebem descafeinados: cabeludos.

...

As excepções contam-se pelos dedos da mão de um amputado, senhores.

Eu sei que estes factos irrefutáveis deviam fazer-me sentir melhor mas nem por isso... De qualquer maneira, eu sei que tenho de olhar para isto como uma etapa natural da vida. Ainda assim há malta sem cabelo que consegue ter charme e estilo. Mas, por muito que me esforce, a verdade é que não sou nenhum Jason Statham, nenhum Bruce Willis, nenhum José Raposo... Tenho de assumir a minha condição e continuar a rapar a cabeça como se estivesse no corredor da morte, para não ficar ridículo. É esta a minha vida e devo gostar dela assim.

Mas faço-o sob protesto!
Porque me custa viver numa sociedade que dedica parte das suas preocupações, ainda que pequena, à preservação das espécies em perigo e à prevenção do aquecimento global mas é incapaz de fazer com que um tipo deixe de ser careca! Ficam revoltados que se acabe com o Ministério da Cultura mas ninguém levanta a voz por não haver um Ministério da Calvície, totalmente dedicado à resolução deste flagelo. Toda a gente fala em minorias mas ninguém olha para esta! E depois admiram-se que venha a Moody's baixar-nos o rating!

Porque, para haver uma revolução é preciso virilidade.
E a virilidade, como comprovado há pouco, está nos carecas.
Portanto, é altura de deixar de me preocupar e ir ali olear a arma.