Sunday, June 10, 2007

O Budismo e a Libertação do Marisco

Meus caros amigos, eu vi a luz... Finalmente há uma credo religioso que me faz sentido na cabeça. POSSO DEIXAR DE SER ATEU!!! YEAH!!!

É que isto do ateísmo já teve mais charme, antigamente ser ateu era um acto de bravura e coragem perante a fervilhante ameaça de ir parar ao inferno, hoje já ninguém olha para isto com aquele misto de admiração e pavor que tanto gozo me dava. Enfim, as modas perdem o glamour, não é novidade para ninguém. Eu tenho respeito pelas religiões, mas nunca consegui acreditar nem abraçar nenhuma… Eu tentei, mas a malta religiosa é pouco dada a abraços e contacto físico em geral. Dizem que tal conduz a uma prática pecadora horrível de nome sexo, mas eu pouco percebo disso...

Bom, no entanto, o importante é que estou finalmente pronto para me tornar crente e a religião que me despertou para esta nova faceta da minha vida é, nada mais nada menos que, o Budismo. E porquê? Primeiro, e chamem-me doido por isso, prefiro fazer as minhas orações perante a estatueta de um senhor careca, bolachudo e sorridente do que perante a de um homem pregado a uma cruz com grande número de escoriações e ar de intenso sofrimento. Para admirar tragédias já bastam os telejornais da TVI... Segundo, porque descobri que os budistas se prestam a rituais fascinantes, nomeadamente aquele que consiste na libertação de animais. Vamos lá ver uma coisa: libertar animais é realmente bonito, principalmente se estiverem presos, e não é preciso ser-se budista para o fazer. Mas aquilo que mais me comoveu ao descobrir esta actividade foi ter constatado que o Budismo dá primazia aos mariscos vivos. Ora, eu sou um interessado pelo marisco. Não tenho vergonha em admitir que aprecio imenso devorá-lo, nas suas mais variadas formas, porque sei que se existisse marisco gigante este não hesitaria em comer-me também. Encontrei no site da União Budista Portuguesa, a seguinte declaração: "De todas as mortes, as mais dolorosas são as daqueles seres que são cozidos vivos, também devido ao tempo da cozedura, em função da dor e da sua diferente percepção do tempo, resultar para eles muito dilatado. É por isso que os budistas privilegiam a libertação de mariscos vivos – amêijoas, berbigão, santolas, lagostas, etc. - , que se podem adquirir nos viveiros e libertar no alto mar ou em lugares fora do alcance ou da vista de quem possa querer apanhá-los." E foi aqui que me ocorreu o chamamento da fé! De nada me valeria andar atrás deles com uma rede de pesca quando se dirigissem para praias isoladas, a malta budista é malta desconfiada e não iria libertar o mariscame directamente para as minhas garras. Se não podes enganá-los, converte-te e junta-te a eles, assim terás boas patuscadas com regularidade.

Claro que depois podem vir dizer-me: "És um sujeito altamente execrável! Abusas da confiança de gente séria para atafulhares o congelador! Os teus companheiros entregam-te marisco para libertares e tu enches a pança!", mas isto é conversa de gente parva que não entende a espiritualidade que envolve uma boa mariscada. Para além de que, se um sujeito budista adepto da prática da libertação de marisco se dirige a uma superfície comercial com o objectivo de o comprar, podem assistir-se diálogos mesmo bizarros:

(empregado) - Ora boa tarde, então o que vai ser?
(budista) - Eram sete sapateiras vivas, faz favor.
(empregado) - Sete vivinhas... é para cozer não é verdade?
(budista) - Ná! É para libertar. Hoje chegam os meus cunhados do norte e vamos fazer uma libertação em família, até para comemorar o aniversário do meu sobrinho e tudo...
(empregado) - Ehpá! Isso é que vai ser libertar! Não se esqueça do Alka-Seltzer.

É por estas e por outras que opto por ser leal ao meu próprio, peculiar e polémico entendimento do Budismo. Para comprar marisco é preciso ter dinheiro, coisa que os monges budistas rejeitam com veemência. Buda é conhecido por ser bastante anafado, com certeza que não foi a beber leite de cabra que ficou assim. Ora, esta religião está cheia de contradições, mas eu aceito-as a todas desde que possa continuar a libertar camarão tigre para dentro do bucho. É apenas uma simples questão de interpretação do saber budista. Eu interpreto-o à minha maneira.

P.S.: Alguém que ensine uma vez mais ao Eusébio a diferença entre marisco e tremoço porque ele tem sido visto todos os fins-de-semana na Praia das Maçãs a despejar embalagens inteiras deste aperitivo. Foi um hábito que ganhou no Oriente aquando do Mundial de Futebol de 2002. Que maçada, pá!

3 comments:

Bruno Santos said...

Ahahah, estou farto de rir com o teu Blog Primo! é mesmo mt giro ^_^...

gostava de fazer uma quote..
"porque sei que se existisse marisco gigante este não hesitaria em comer-me também"

AHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHHA!

André Oliveira said...

Muito obrigado, caro primo.
Fico mesmo muito contente por gostares, já há algum tempo que não ponho aqui nada mas acabaste de me dar vontade de o fazer. Escreverei novo post em breve. Grande abraço, saudades e até breve

Nuno Fonseca said...

Meu Deus, André, tanto pré-conceito.

Jesus ama-te.

E este cristão tem muitos abraços para ti, e diz-te que não terás medo do inferno quando O aceitares como teu Senhor e Salvador.

E o sexo é bom, pois é obra do Criador, que o fez para a bela relação de um homem e duma mulher casados, que partilham esse acto maravilhoso com mais ninguém. E isto é amor.

Paz.